A espetacular jornada do meu ânus no espaço

Postado por Luan Henrique | | Posted On sexta-feira, 19 de outubro de 2012 at 13:55

  “Espaço, a fronteira final. Essas são as viagens do meu ânus, em sua missão de cinco anos para exploração de novos mundos, para pesquisar novas vidas, novas privadas e novas civilizações, audaciosamente indo onde nenhum cu jamais esteve”.

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  Terra: ano 2050. A NASA procurava incansavelmente por uma forma de vida extraordinária que fosse capaz de sobreviver a todos os perigos do espaço. Meu ânus foi o escolhido entre bilhões de seres humanos, já que foi comprovado que ele era o ser mais inteligente do que 97% da população, e como os outros 3% estavam muito ocupados se divertindo no recém lançado jogo intitulado “corre negada” – que consiste em correr de búfalos metálicos que eram soltos em um labirinto enquanto você veste uma armadura de imã – meu cu finalmente teve a chance de ir para o espaço.

  - Quem é esse tripulante novo que não para de me olhar fixamente tenente Uhull? – perguntou o capitão Click na ala de embarque.
  - Esse é o ânus senhor, o aluno com as notas mais altas de toda a academia. Ele pode parecer meio irritado e grotesco, mas a sua teoria da merda relativamente incendiária ganhou 8 prêmios no ano passado. Ele é um gênio senhor e é uma honra tê-lo a bordo dessa nave.
  - Ni – comentou R49 D4, um pequenino robô que já esteve no auge de sua carreira, hoje só enche o saco.
  - Bom, que seja, bem vindo à bordo ânus. Estamos a caminho da estrela de Natal, e como essa nave é a mais rápida do mundo chegaremos lá em um piscar… desse seu olho ai.

  Estrela de Natal, ótimo. Além de belas praias e uma vista privilegiada do maior museu de camisinhas usadas de toda a galáxia, é lá onde são fabricados os mais potentes e devastadores laxantes já conhecidos. Meu plano suicida não irá falhar, não dessa vez. Muahuahuahuahua (tentou rir maleficamente o meu cu, mas com tanta pressão tudo o que saiu foi um assovio que geralmente vem antes da enxurrada).

  - Chegaaaamos, chegaaaaaaaaaaaaamos, chegaaaaaaaaaaaaAAAAAAAAAaaaaakkkkkkmoooos – disse o primeiro piloto Lulu, com sua péssima mania de falar cantando mesmo sem ter o mínimo de afinação.
  - Tudo bem, Uhull, avise os tripulantes que vamos desembarcar, R49 D4, fique ai e tente não falar besteira, Ânus, venha comigo depois de limpar esse vazamento marrom que tá saindo da sua boca ou do seu olho, não sei ao certo o que é ainda. Neymar, fique de pé pelo amor de Deus, ninguém mais aguenta esse seu teatrinho. E Luke, eu sou o seu pai. – Disse o capitão Click.

  O capitão, que gostava de enfatizar o fato de ser o pai do Luke toda vez, já que o mesmo tinha dúvidas depois de pegar o primeiro piloto Lulu cantando no banheiro o antigo sucesso funk de 2013 chamado “eu comi a sua mãe e agora tu estás aqui”, saiu da nave juntamente com o meu ânus e outras pessoas que não fazem diferença alguma nessa história.

  - Bem – começou o capitão – nos estamos aqui para fazer coisas nada importantes e que nem vale a pena serem mencionadas, e para nos embebedarmos com a famosa cerveja feita de materiais estragados do museu de camisinhas usadas. Mas antes disso, ânus, vá para a fábrica de laxantes pegar algumas amostras para o meu pai. Coitado, ele não caga a uma década, desde aquele acidente com a garrafa pet.

  Meu ânus ficou surpreso com a facilidade com que seu plano estava se concluindo, mas logo percebeu que não seria algo tão fácil assim se isso daqui fosse um livro, ou um filme. Nesses casos teriam milhares de contra-tempos antes dele por os pelos naquele frasco poderosíssimo, mas como é apenas um conto em um site desconhecido tudo flui bem mais rapidamente.

  De volta a nave após 3 dias de bebedeira com o segundo ministro da capital do sexo invertido, meu cu, já com o vidro de laxante com um adesivo reluzente colado nele com as inscrições “Quer cagar? Venha pra Natal”, estava pronto para agir, só faltava a deixa do capitão para ele se vingar desse universo que passou a vida inteira cutucando o seu pênis da dor dentro dele.

  - Atenção a todos, estamos em órbita sobre a terra, pousaremos em 20 minutos. Até lá se alguém tiver algum plano infalível para nos destruir faça. E se tiver alguém que queira se casar com alguém do mesmo sexo faça agora, porque como todos vocês já sabem a Terra ainda não aprovou o casamento gay. Maldita igreja, quando chegamos perto de a destruir finalmente, Jesus resolve voltar após 2012 anos só para encher o nosso saco e começar toda essa merda novamente. – Disse o capitão Click enquanto olhava para as estrelas. 

  - Que comece a destruição – disse o meu ânus para si mesmo.

  Ele pegou o vidro de laxante e começou a derramar o seu conteúdo delicadamente para dentro de seu organismo. Quando tudo já estava lá dentro ele foi para a escotilha de saída de emergência e a abriu. A pressão sobre seu buraco era enorme, mas a vontade de cagar era ainda maior e, fazendo uma força de mil ogros tibetanos e sentindo todas as suas pregas sendo arregaçadas de dentro pra fora, uma enorme bola de cocô se formou, explodindo o meu cu e rapidamente se espalhando por toda a nave.

  Quanto mais vácuo entrava mais a merda crescia. A nave explodiu alguns segundos depois, junto com todos os tripulantes que morreram como viveram, atolados na merda. O cocô gigante foi se juntando com meteoros que estavam só de passagem e não parava de crescer em direção a Terra. Foi chegando mais perto, e mais perto, e mais perto, até que se chocou com a lua, a despedaçando por completo e mandando seu destroços especificamente para as capitais da Terra. Muito pouco tempo depois disso o cocô enorme do meu cu cobriu o planeta inteiro, e toda forma de vida existente lá se foi.

  Para onde eles foram? A unica pessoa capaz de saber era Jesus, mas ele já tinha morrido novamente em 2015, 3 anos após a sua segunda visita. Tentou compartilhar um pão que não era dele na favela e foi morto à tiros por traficantes. Trágico, mas ele já devia saber.

Uma linda mulher

Postado por Luan Henrique | | Posted On quinta-feira, 18 de outubro de 2012 at 13:10

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  Essa poderia ser uma história maravilhosa sobre o amor, superação e conquistas impossíveis, mas infelizmente ela aconteceu comigo, e, se você já leu qualquer coisa que eu já tenha escrito em qualquer lugar, deve saber muito bem que eu só me fodo. E isso não é um modo de dizer, não tem nenhum significado oculto sensacional nessas entrelinhas, eu quero dizer realmente que eu só me fodo, em tudo o que eu tento fazer. Mas chega de enrolação e vamos lá.

  Ok, ela não é assim tão linda, ela possui uma beleza exótica, que pra qualquer pessoa normal significaria feia, mas pra mim ela era incrível, maravilhosa, estonteante. Seu jeito de andar meio torta e mexendo a cabeça para os lados a cada movimento de pernas me deixava fascinado. Seus óculos gigantes cobrindo quase por inteiro o seu rosto e seu aparelho refletindo todo o sol que chegava até a superfície da terra fazia o meu coração bater tão forte que chegou a deformar o meu mamilo.

  Perfeição, era isso que eu achava dela, mesmo todos ao meu redor me dizendo que eu estava ficando louco, ninguém via nela a mesma coisa que eu via, e isso era ótimo, eu já não pego ninguém nem que eu seja o último homem do mundo, com concorrência então seria melhor esquecer.

  Ela passava todos os dias em frente ao meu serviço. Eu sou um cara tímido e no começo só olhava e sonhava. Depois de um tempo fui criando coragem pra assoviar feito um imbecil e quando ela olhava eu abria um sorriso maior que as minhas bochechas – que já são enormes – e acenava timidamente, gesto esse que indica quando um macho beta está afim de procriar violentamente e pelo resto da vida com a fêmea azarada que foi escolhida.

  Ela retribuía as minhas manifestações de interesse com um sorriso, uma olhada para o outro lado, uma tropeçada no chão e novamente um sorriso. Está no papo – eu pensei.

  O tempo foi passando e como eu só ficava nessa porque sou um cuzão estúpido, um amigo meu resolveu ir lá falar com ela sobre mim. Pegou o número de telefone dela e o nome, me fazendo o homem mais feliz em um raio de quase 50 centímetros.

  Liguei, minhas mãos tremiam e suavam, meu coração agonizava dentro do meu peito enquanto ela ignorava gentilmente a vibração do celular em seu bolso. Tentei novamente e fui atendido. Jamais vou esquecer aquela risada medonha do outro lado da linha, aquela com engasgada na metade sabem? Chamei ela pra sair e ela concordou, mas não podia ser em breve porque ela trabalhava de manhã e fazia faculdade de psicologia de noite.

  Isso deve ter me fodido, psicólogos cheiram a loucura nas pessoas. Todos os dias eu mandava mensagens bonitinhas para ela e recebia respostas vagas. Até o dia em que ela parou de responder. Motivo: falta de créditos.

  E como um bom samaritano no cio que sou, botei 12 reais de créditos para ela. Recebi um obrigado em troca, e nada mais do que isso. Mesmo com créditos ela não respondeu mais nada. Minha cabeça era só “fiz merda, ela me odeia, nunca mais vou vê-la de volta”, essas coisas de jovem escroto apaixonadinho. Então parei de tentar por algum tempo.

  Uma semana depois voltei a mandar uma mensagem e recebi uma resposta. Todos os sentimentos que você sente quando vê o amor da sua vida pela primeira vez voltaram, a esperança voltou e dessa vez eu não iria estragar tudo. Mas no dia seguinte seu celular estava desligado. No dia seguinte também. E no outro…

  Tentei abordar ela na rua pra falar pessoalmente o que eu estava sentindo, mas depois de desligar o celular a mãe dela começou a ir buscar ela todo dia uma esquina antes do meu trabalho. Pronto, ela contou pra mãe que tinha um pervertido qualquer a incomodando. Isso destruiu o meu mundo, eu não sou um pervertido qualquer, eu sou apenas um pervertido apaixonado.

  Ela nunca mais olhou pra mim, nunca mais olhou na direção de onde eu estava, ela nunca mais ligou o celular e eu desisti.

  Eu sei que não deveria ter desistido, que eu deveria ter chegado na voadora na mãe dela, fazendo ela voar para longe para eu poder me declarar, mas eu não fiz. Em partes porque eu tava com medo de ser rejeitado e em partes por eu ser um cuzão.

  Cheguei ao ponto de pedir pra um cara que trabalha comigo ver o sobrenome da mãe dela no cartão de créditos enquanto ela fazia uma compra pra eu poder achar a filha dela no facebook. Não achei. Tentei ligar mais algumas vezes. Sem sucesso. Tentei mandar sinais de fumaça, mas meu corpo não estava mais pegando fogo como antigamente. E hoje, depois de tanto tentar e fracassar, eu me masturbo…

Autobiografia de outra pessoa qualquer

Postado por Luan Henrique | | Posted On terça-feira, 16 de outubro de 2012 at 18:34

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  A vida de Rodrigo era vazia e sem sentido. Todos os dias acontecia a mesma coisa medíocre que o dia anterior, e esses dias de rotina destrutiva logo viraram anos perdidos que jamais seria recuperados por culpa de escolhas erradas feitas ao longo do caminho. Ele se sentia cada vez mais triste e solitário, cada hora passava como se uma serpente da desilusão enforcasse seu pescoço o impedindo de respirar normalmente e ele se sufocava cada vez mais em sua própria dor.

  Dor que ele nunca admitiu sentir, quanto mais ela crescia mais ele fingia que estava tudo bem, que não era problema algum, que logo alguma espécie de poder divino iria aparecer o livrando de todo o sofrimento, mesmo ele não cansando de ressaltar para todos que quisessem ouvir a sua falta de crença em Deus, no fundo ele imaginava que esse era o grande segredo para a felicidade, mesmo que sendo uma falsa felicidade, mas ainda assim melhor do que perder o seu tempo pensando ao invés de agir de alguma maneira.

  Rodrigo tinha uma arma de fogo escondida em uma caixa de tv por assinatura que ficava em cima de seu guarda-roupas, um lugar pouco discreto para se guardar tal objeto, mas que ele o mantinha lá sempre para se lembrar que existe uma fuga para a dor, em sua cabeça perturbada era a melhor maneira de se livrar de toda essa dor, e ele estava esperando o momento em que isso se tornaria insuportável ao ponto de ter de usar sua unica bala que foi feita, vendida, comprada, distribuída e novamente comprada com um único propósito – a morte.

  Em pouco tempo Rodrigo se afastou completamente de sua família e amigos, ele botou na cabeça que ninguém mais importava, já que ele mesmo parou de se importar. Todos que tentavam o ajudar de alguma maneira eram tidos como “vermes-que-deveriam-cuidar-de-suas-próprias-vidas”, e seu temperamento agressivo e meio imbecil os espantavam para sempre de sua vida, fazendo com que cada vez mais ele se sentisse sozinho e sem entender o porquê de ter de ser assim.

  Certo dia suas emoções fugiram do controle com uma força que ele nunca tinha visto antes. Toda a raiva dentro de si misturada com algumas caixas de cerveja explodiram para fora como se fosse um vulcão entrando em erupção pela primeira vez e mostrando para todos os que estavam ao redor o poder destrutivo de seu interior. Rodrigo já não era mais ele mesmo, ele se sentia como o Bruce Banner deveria se sentir quando se transformava no Hulk, e algo assim jamais poderia terminar bem.

  No meio desse ataque inesperado apareceu a mãe de Rodrigo, que vendo a dor do filho tentou o ajudar mais uma vez. Mas palavras amorosas entravam em seu ouvido e se transformavam em ofensas dentro de seu cérebro esgotado e cego. Ele foi até seu quarto e pegou sua pistola carregada disposto a terminar com tudo. Agora era a hora. Nada o iria impedir de apertar aquele gatilho, tudo iria se acabar do mesmo jeito que começou – pensou Rodrigo – rápido e sem amor. Mas sua mãe o pegou no ato e, entre choros, gritos e empurrões ouviu-se um tiro no escuro.

  Bem no coração. Sua unica bala cumpriu o seu propósito. Quem mais tentou ajudá-lo e a unica a não desistir dele quando todos o fizeram sangrou. Sangrou e chorou.

  Em uma cela pequena e fedida Rodrigo se lembrava de uma frase que tinha ouvido a alguns dias atrás em um filme antigo que passou na tv: “Um homem que controla as suas emoções controla a sua vida”. Ele não tinha mais controle, nem emoções, e muito menos uma vida. Tudo estava escuro e perdido. A dor não ia passar tão cedo, era tarde. Tarde demais para tentar se livrar…

 
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