Meu outro emprego temporário
Postado por Anônimo | | Posted On quarta-feira, 12 de maio de 2010 at 19:46
Porque pobre ou trabalha ou faz filhos, eu fiz laqueadura na minha boneca inflável.
Meu pai, sempre meu pai, me arrumou esse emprego. Cara, é incrível a vontade que ele tem em me fazer trabalhar, o que aparece ele me obriga a ir. Fico imaginando se algum dia aparecer um anúncio “procura-se ninfetos maiores de 18 com carinhas de bebês para satisfazer homens tarados”, ele vai entrar no meu quarto:
- Luan, emprego aqui pra você, é só aparecer lá, vocês vão transar um pouco, eu falei com o senhor e você não vai nem precisar por a boca se não quiser, mas se fizer é 10 reais a mais. Então escove bem esses dentes…
Não sei porque ele quer tanto que eu trabalhe, eu não dou dinheiro pra ele, ele nunca está em casa pra querer ficar longe de mim, acho que ele, diferente do velho tarado, só quer me fuder metaforicamente. Espero…
Mas vamos falar agora um pouco sobre o trabalho. Não sei bem o que eu era, acho que se aquilo fosse um puteiro eu seria o cara que vai com uma espátula tirar sêmen grudado da cortina, mas era uma construção, então eu deveria ser um servente, ou ajudante, ou a mão de obra barata, ou qualquer outra merda que faz todo o trabalho pesado recebendo pouco.
Puxei pedra, tijolos, lavei, limpei, cozinhei, esfreguei, coloquei a mão em algo mole e melequento e tirei um chaveiro de lá, corri de uma aranha, derrubei pedra nos pés do chefe, foi uma loucura. Fiz tudo isso por míseros 30 reais, 30 reais pra ter uma pá penetrada no meu rabo enquanto no estacionamento eu ganhava 50 pra ter apenas uma tampa de caneta lá.
Porra, no estacionamento eu bebia, via pessoas lindas, conversava, quase não fazia nada e ganhava bem. Na construção me ferrei por nada, isso é algo mais louco que calabresa da pizza do Rasta Jah, uma puta sacanagem.
O pior em trabalho ruim é que a hora não passa. Teve uma hora que eu tive certeza que trabalhei tempo o suficiente pra construir sozinho a nova mansão do Michael Jackson sem as crianças e sem vida, perguntei as horas tinha passado apenas 30 minutos. Fiquei revoltado, eu tava todo doído, não sinto meus braços até agora, minhas pernas foram dar uma volta e minha bunda tá um colchão d’água servindo de aquário pra piranhas assassinas.
Sério, não faço tanta força assim desde que me convenci que existia um macaco inteiro dentro das minhas nádegas e que só cortar o rabo dele não era o suficiente. Foi um dia que não quero que se repita.
O pior foi voltando pra casa, pra começar quando eu estava saindo da construção, feliz e saltitante, eu pisei na porra de um prego. Isso é muita zuação com uma pessoa só, pisei naquela merda e só senti o sangue escorrer, sem dor nenhuma, mas ganhei uma nova meia vermelha. (E não irei no médico ver isso, to nem ai, se eu tiver que morrer por causa de um prego enferrujado, assim morrerei. Mas Jesus não vai gostar de eu chegar lá com uma arma dessas comigo [como se eu fosse mesmo pra lá]). Após essa aula de boa sorte, eu fui à caminho de casa, esqueci de levar roupa limpa então fui todo surjo e fedido no ônibus. Pessoas odeiam quando entra alguém fedido no ônibus, eu odeio isso, mas não pude evitar, era isso ou voltar a pé, mas meus pés não me pertenciam mais.
Entrei, envergonhado, escondidinho, imaginando o que as pessoas estariam pensando de mim quando eu vi uma menina sentada ali perto, meio bonitinha, mas era daqueles tipos curiosa sabe? É só passar alguém e ela encara a pessoa até ganhar uma imagem fotográfica em constante ‘copiar’ e quando pára começa a olhar outra.
Isso me dá uma raiva, pessoas inquietas, olhando pra tudo e pra todos, se não fosse tão gatinha eu mandaria ela cuidar da própria vida. 10 minutos depois uma vaga apareceu pra sentar na frente dessa menina, eu fui porque estava em estado zumbi-em-festa-de-ex-bbb, lento e faminto.
Quando sentei, eu percebi que estava fazendo a mesma coisa que a menina detrás de mim. Eu comecei a olhar as pessoas e analisar elas, pior, analisei tudo o que era vivo e passou por perto. Fiz exatamente a mesma coisa que eu odeio que façam, fui tipo um fã de brockeback montain que odeia ver sexo hardcore (esse filme a primeira cena de sexo é a mais hardcore que já vi. No seco, só pá e foi, tem que ser macho).
Após isso cheguei em casa, meu pai brigou comigo novamente, queria que eu voltasse lá amanhã. Mas não volto nem que a gordinha no ponto de ônibus antes do meu alcançasse um Queniano na São Silvestre.
Um final nada a ver com o resto do post, eu tava pensando aqui, as mulheres deveriam tratar nossos pênis como sendo uma pessoa distinta, seria bem mais divertido.
“Own que fofinho, quem é o amante da mamãe? Quem é? Você, isso garotão, agora pula. Grande menino, cospe, aqui. BUBUFUFUBUFBUBFUF.”
Afinal, ninguém transa com a Josiane, as pessoas comem a buceta da Josiane. Porque elas merecem isso e nos não?
Que idiota…