Minha noite no trabalho
Postado por Anônimo | | Posted On quinta-feira, 6 de maio de 2010 at 16:35
Esses dias meu pai mandou eu ir trabalhar em um estacionamento (logo após eu ter dito aqui que odeio carros, imagine pra onde ele teria me mandado se eu dissesse que odeio homens), trabalho difícil, já que tinha que anotar a placa e o modelo dos carros que entravam. Eu não sei nada de modelos, pra mim era tudo Gol ou Tam, esse último porque os motoristas estavam viajando mais do que hippie em marcha da maconha na Holanda.
Meu pai é sócio desse estacionamento, o que significa que eu podia trabalhar bebendo, o que foi bom já que só assim pra eu perder a timidez e dar o devido atendimento para os riquinhos que estavam indo para uma casa de música sertaneja famosa que nunca entrei porque só a consumação é mais cara que minha vida – 25 reais.
Meu sonho era trabalhar de madrugada, bebendo e vendo mulheres lindas. E isso foi o que não faltou, tinha umas mulheres com saias tão curtas que pela primeira vez me senti espionado por um clitóris. Mas como não poderia deixar de ser, elas normalmente estavam acompanhadas por homens tão velhos e ricos que toda vez que tomavam um viagra uma barra de ouro saia do seu bolso.
Esse dia aconteceram várias coisas divertidas pra mim, uma hora saiu um carro com umas 6 mulheres dentro. Uma que estava no banco de trás olhou pra mim e disse “tudo bem menino? Como está você?” Sabia que você é muito lindo?”
Nossa, nessa hora nem deu tempo de eu me achar um pouco e ficar vermelho, a mulher que estava dirigindo virou pra trás com uma cara de mal e gritou “cala a boca (nome dela), fica quieta ai”, então entregou o papelzinho e saiu voando com o carro. Entendo a raiva da mulher, a provável filha dela estava em um lugar lotado de gente bonita e rica, homens perfeitos, e vai cantar o cara do estacionamento que trabalha bebendo? Até eu brigaria com ela.
Outro ponto interessante da noite foi um tiozinho bêbado que apareceu. Queria me pagar de volta 10 reais e eu expliquei que ele já tinha pago antes (adoraria poder dizer que sou um cara honesto, mas na verdade sou burro mesmo), então ele pegou o carro e foi.
10 minutos depois voltou a pé e me perguntou: “Cara, onde está meu carro que deixei aqui?”… puta que pariu, o cara conseguiu perder o carro no meio da rua. Na hora imaginei como seria a cena se ele fosse uma mulher voltando pra casa do namorado 10 minutos depois de sair: “Amor, você viu meu hímen por ai? Não consigo achar”.
Passamos meia hora explicando pro homem que ele tinha saído daqui com o carro, e que ele deveria estar em algum lugar por ai. Fomos descobrir que ele saiu da casa sertaneja, pegou o carro, voltou pro estacionamento da casa, saiu a pé e veio no nosso procurar. O que a bebida não faz né? Eu até pensei em parar de beber nesse momento, mas me lembrei que não tenho carro e nem hímen, então não vale a pena.
Outra coisa interessante que aconteceu que mostra minha total estupidez como ser humano e me deu vontade de me matar utilizando o cadarço do meu tênis sem tirar ele do pé foi o seguinte:
Tem um banheiro dos funcionários lá, dois na verdade, mas o único que possui luz eles trancaram e só sobrou o escuro. Eu ia lá direto, porque não consigo mijar no muro, e eu usava meu isqueiro como luz para não errar o vaso ou mijar na pía. Na última vez que eu fui tinha uma mulher, bêbada e muito linda lá dentro. Entrei e ela pediu por favor pra eu iluminar o caminho dela. Fui com o isqueiro ligado até a privada dela, mas como sou educado (burro) saí e deixei ela fazer em paz. Ela ficou conversando comigo por um tempo, com a porta do banheiro aberta e eu do outro lado esperando.
Ela saiu, lavou a mão, agradeceu, conversou um pouco mais comigo e eu praticamente não disse nada. Queria ser uma pessoa normal e entrar lá enquanto ela mijava, botar a mão entre as pernas dela em forma de conchinha, pegar uma boa quantidade de mijo e jogar na minha própria cara enquanto fazia uma cara sexy e lambia os beiços. Mas como não sou tão normal assim, nada aconteceu.
Nada muito interessante aconteceu além disso. Teve uma mulher com cara de bruxa de filmes da sessão da tarde, no banco de passageiro de um carro parado na rua que falou meio olhando pra mim: “Essa lata velha não vai fazer nada não”. Ainda não descobri se ela tava falando do carro velho que estava trancando eles ou do marido dela.
Fui pra casa as 6h da manhã, ganhei 50 reais dos quais já gastei o dobro em um dia – pobre não pode ganhar um dinheirinho que já acha que tá podendo comer puta bonita – e espero poder ir novamente trabalhar lá, porque foi divertido essa noite.
Sábado também aconteceu algo bom comigo, mas sinceramente não lembro de quase nada, sofri apagões devido a bebida, mas lembro de quase ter ficado com uma menina. Não fiquei porque ela preferiu um carinha feio que estava na mesma festa, me senti mal por isso porque ele era muito, mas muito feio mesmo. Perder pra ele é a mesma coisa que chegar em segundo numa paraolimpíada…