Os 15 tons de cinza da minha imaginação

Postado por Luan Henrique | | Posted On quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 at 16:41

Doentia

cinza

1º – Cinza azul-plutônico: Esse tom de beleza unica só pôde ser presenciado uma unica vez na história, enquanto uma nave passeava pelas redondezas de um antigo planeta e a sombra de um meteorito proporcionou a um tripulante a chance de acompanhar de perto um dos tons de cinza mais raros do universo. Ele ainda teve tempo de pegar sua máquina fotográfica para imortalizar esse momento. Infelizmente a câmera estava sem filme.

2º – Cinza bebê-do-Nilo: Espetacular, sua forma e cor se diferem de todos os outros cinzas apresentados aqui por estar presente em uma pele tão angelical. Mas quando o bebê cresceu perdeu totalmente a graça.

3º – Cinza-meio amarronzado: É tão diferente e peculiar porque na verdade nem é considerado tão cinza assim.

4º – Cinza-insônia: Sabe quando você tenta dormir e não consegue, então se levanta frustrado e acaba tropeçando em algum móvel no escuro? Nessa hora olhe para cima e você entenderá. Mas não se confunda, as vezes pode ser apenas o teto.

5º – Cinza-do-amanhã-que-não-virá: Imagine uma batalha épica entre um rinoceronte e um javali, e aí no meio da batalha após sangue demais ser derramado e gritos de donzelas em pânico terem sido clamados ao vento, o rinoceronte levanta sorrateiramente sua pata direita traseira e derruba uma árvore no javali mas um galho acaba sendo enfiado em seu próprio olho em lágrimas. É mais ou menos assim, mas só se você ver em preto e branco.

6º - Cinza-machismo: Uma vez um homem bateu tanto em uma mulher que ele é que acabou sendo internado em estado grave. Ele era um travesti.

7º- Cinza-hemorragia-inception: Quando você tenta se aproveitar de algum best-seller mundial fazendo piadinhas sem nenhum pingo de graça com ele, é nesse tom que o interior de seu cocô ficará pela manhã (caso você não tenha se aproveitado de nada famoso e mesmo assim perceber essa coloração quando cortá-lo acidentalmente por alguém ter batido na porta, eu recomendo procurar um médico).

8º- Cinza-mineiro: Há muitos anos atrás,  em uma mina de ouro no interior de Minas Gerais, um jovem garimpeiro encontrou um objeto muito estranho que ele jamais havia visto antes. Ele imediatamente pensou que era um pássaro, mas aí mudou de ideia e viu que poderia ser um avião, mas, errado – e com todas as suposições óbvias terem se acabado – ele aproximou a sua tocha para mais perto e descobriu que era um pedaço de ferro. Hoje em dia ele é um mendigo, porque descobriu que a ferro e fogo não dá.

9º – Cinza-escuro: Os extraterrestres deixaram esse tom a milhares de anos atrás em nosso planeta para confundir as civilizações mais antigas. Essa confusão dos povos os levou a milhares de guerras brutais na qual muita gente morreu pois cada parte do mundo tinha uma denominação diferente para esse novo tom. Alguns os chamavam de cinza-escuro, os outros os chamavam de preto.

10º – Sério que você ainda está lendo isso? Ok, então acho que minha obrigação é continuar escrevendo né? Vou te falar, de todas as ideias imbecis que eu já tive…

11º – Gandalf-o-cinzento: Um tom mágico que só aparece após uma evolução estilo Pokémon à partir do branco

12º – Cinza-mata-leão: Durante um safári pela África, um pesquisador hispano-irlandês beberrão de cintura larga encontrou um monumento histórico acinzentado proveniente da cultura Maia, esse era um cinza normal, segundo jornais da época, mas mudou gradativamente o seu tom ao ser transferido para a região da Colômbia e ser moído até virar pó.

13º – Sim-Jaspion: Proclame isso 3 vezes em tom de música erudita na frente de um espelho de posto de gasolina que ele aparecerá nas suas costas poucos segundos depois. Maravilhe-se com essa belezura (Aparentemente em postos Ipiranga não funciona).

14º – Cinza-mamãe-eu-sou-fodinha: Sabe quando você está lutando no pátio do colégio contra 3 ao mesmo tempo, e no final, quando os corpos ensanguentados deles estão aos seus pés clamando por piedade e você levanta seu braço esquerdo em direção ao sol no mesmo tempo em que o sinal toca e o último raio luminoso bate em cheio no seu relógio de prata finalizando a sua glória? Repare na cor que ele ficará (essa só os fortes entenderão).

15º – Cinza-ai-que-dor: Olhe para o relógio do cara que está de pé na sua frente enquanto ele se glorifica após a luta, os tons mudam dependendo do ponto de vista.

 

 

Obs: Seriam 50 inicialmente, mas aí seria um livro e acho que já fizeram algo parecido com isso
Obs²: Depois seria 20, mas faltou imaginação
Obs³: Desculpa

Viagem ao centro da puta que pariu

Postado por Luan Henrique | | Posted On terça-feira, 22 de janeiro de 2013 at 17:40

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- Mãe, onde o papai está?
- Você quer saber onde seu pai está? Eu vou te dizer exatamente onde ele tá…

  Maravilhada com o detalhamento de sua mãe ao explicar para onde seu pai tinha ido, Ana Rubens da Costa, vulgo Aninha, ficou louca para descobrir onde ficava esse lugar. Seu pai tinha partido a 4 anos atrás, quando Aninha tinha 11 anos, e toda noite ela chorava lembrando do quanto ele era bom. Desde aquela vez no colégio, quando acidentalmente as calças grandes demais para ela tinham caído na frente de todo mundo, e suas vozes ecoaram pelo pátio do colégio uma canção começada por Eri – o piadista da turma, o fortão, o alto, o futuro gari - “Aninha, putinha, não usa calcinha”, e seu pai entrou no meio da turma, vermelho de raiva e gritando que as putas eram elas, e os meninos tinham gonorréia, e acertou a cara do Eri com tanta força que ele quebrou 7 dentes e só consegue respirar pela boca até hoje, a Ana viu que tinha um herói para se espelhar.
  Mas os heróis somem, e com eles se vão as esperanças de um coração juvenil. Agora tudo o que Aninha queria era poder encontrar a tal puta que pariu, pois lá ela iria encontrar novamente o seu herói.
  Ela passou dias procurando em todo quanto é tipo de mapa que pudesse encontrar, procurando incansavelmente por aquele lugar mágico, desejando com toda a sua força descobrir seu destino, mas tudo foi em vão, semanas se passaram até que ela desistisse de procurar, até que certo dia ela conheceu o Orisvaldo…

  Orisvaldo era um crente vagabundo, daqueles que não valem um all star furado na lixeira de um colorido, daqueles que só vão na igreja pra comer as crentinhas e não se importam com uma palavra sequer do que é dito nos cultos, um péssimo ser humano que sempre irá se dar melhor na vida do que todos nos. Ele a encontrou na biblioteca da escola depois da aula, ele tinha ido lá para xavecar a bibliotecária de 87 anos, mas quando descobriu que ela havia morrido e sua neta de 17 anos tinha tomado conta do lugar, ficou aborrecido e resolveu passear por aquele tedioso lugar sombrio.

  Aninha estava olhando para a sessão de geografia, indecisa em qual livro escolher, e no impulso natural do ser humano quando não sabe o que fazer, ela gritou as palavras “puta que partiu”. Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para a jovem, mas em seguida voltaram aos seus afazeres, porque aparentemente ninguém se importa, exceto uma pessoa:

- Você quer ir para lá?
- Sim, meu pai está me esperando nesse lugar para nos reencontrarmos.
- Bem, vai ter uma excursão da minha igreja em 3 dias, iremos todos de ônibus para esse lugar que você tanto deseja, tem um acento livre no meu lado se você se interessar.
- Sério? Isso seria ótimo. Mas o que vocês irão fazer lá?
- Na verdade eu não sei direito, meu pastor ficou bravo por ter tanta gente nos mandando para lá ultimamente, e ele acha que é vontade de Deus que iremos para lá. Deve ser a nossa terra santa, não sei ao certo. Mas posso contar com você então? Quinta-feira, as 6h da manhã o ônibus vai partir, a entrada é um beijo e um quilo de alimento não-perecível, seja lá o que isso for.
- Pode contar comigo, a comida eu arrumo e o beijo o motorista com certeza irá ganhar.

  Quinta-feira chegou, Aninha, ansiosa, era a primeira da fila do ônibus, uma réplica exata do ônibus dos Beatles em Magic Mistery Tour. Quando todos começaram a entrar, Orisvaldo tomou seu lugar e deu uma palmadinha no banco ao seu lado para que a Aninha se sentasse, e foi isso que ela fez.

  Eles conversaram o caminho inteiro, falaram de suas famílias, de suas vidas escolares, de suas crenças, de seus vícios, de suas preferências sexuais – o que assustou de início a Aninha, mas logo ela esqueceu – e falaram até de coisas que não existiam, como o amor. Eles estavam andando sobre uma estradinha de chão isolada do mundo, pela janela só se viam árvores, mato, e dois esquilos transando.
  Um pouco mais a frente, o ônibus deu uma freada repentina, que fez com que a mulher pagando um boquete no banheiro se afogasse e lágrimas saíssem de seus olhos. A porta se abriu, e todos pararam o que estavam fazendo para olhar o homem que estava entrando.
  Ele era negro, alto, gostoso, lindo e muito provavelmente pintudo. Exibia um sorriso malicioso na cara, daqueles que assustam criancinhas e molham suas mães. Ele entrou e todas as mulheres procuravam um jeito de fazê-lo se sentar ao seu lado. Nossa como ele era perfeito. Quando ele passou pela Aninha ela sentiu seus pelos arrepiarem, de um jeito que jamais tinham se arrepiado antes. Ela vislumbrou a vista de sua bunda por alguns segundos até que Orisvaldo a puxasse pela manga da camisa:

- Não o deseje demais, ele é o Jonas, ladrão de pureza das mulheres, em nome do satanás.
- Mas que porra ele tá fazendo nesse ônibus então? Essa merda não é de igreja?
- Existem mais demônios em igrejas do que em qualquer outro lugar Aninha, você deveria saber disso.

  Duas horas depois, o ônibus estava quase chegando ao seu destino, quando Jonas se aproximou de Aninha e disse, com uma voz suave e perfeita – Venha aqui, tenho um presentinho para você no banheiro.
  A Aninha se levantou, mas logo foi pega pelo Orisvaldo que levantou também e gritou para Jonas:
- Saia daqui capeta, essa menina é minha, você não irá colocar nada grande e suculento dentro dela, jamais, ela é minha, saia em nome de Deus.
  Mas Jonas não ouviu, apenas fez um gesto com sua mão direita e mandou o jovem Orisvaldo para fora do ônibus, saindo pela janela e quebrando o pescoço ao cair.
- Meu Deus do céu, o que você fez?
- Seu pai não está na puta que pariu Aninha. Seu pai está morto, no inferno, com todos nós. Ele morreu fudendo uma jovem, ataque cardíaco, pervertido do caralho. Venha, eu vou te levar até ele, tudo o que você precisa fazer é fechar os olhos e relaxar.

  Ela foi, toda a sua inocência foi perdida no banheiro do ônibus que, logo em seguida, bateu em uma árvore matando todos. Ela morreu com um sorriso no rosto, e jamais viu novamente seu pai, ou sua mãe, ou Orisvaldo. Tudo se foi, e nunca mais voltará…

 

 

Para Geziel “Crente vagabundo” Nascimento e Luis “Negro pegador endemonhado”  Henrique do Vale

Como não ser enganado pelo seu traficante favorito

Postado por Luan Henrique | | Posted On domingo, 20 de janeiro de 2013 at 16:27

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  Marionégano, substância recém descoberta nas profundezas mais altas de alpes suínos da Noruega ocidental, capaz de proporcionar a seus usuários uma incrível sensação de bem estar combinado com uma felicidade instantânea, além de cair muito bem em pizzas. Pizza Hut, o vilão dessa história, deixe-me explicar o porquê.
  Quando os primeiros italianos descobriram esse produto de raríssimo gosto peculiar e cor que remonta a fezes bestiais de extintos carnívoros masoquistas, sua primeira ideia foi vendê-los para pizzarias em estado inevitável de falência. Com esse Marionégano sendo o diferencial da casa, essas pizzarias começaram a crescer cada vez mais, já que seus clientes, além de ficarem felizes, pareciam ter mais fome a cada pedaço.
  Pizza Hut vendo que suas vendas diminuíram em quase 100%, pagaram cientistas desocupados para provar que o Marionégano fazia mal ao organismo humano e convenceu a ONU a proibir a venda e o consumo disso que chamaram de “droga”.

  Mas como todos vocês já sabem, o que é proibido é mais gostoso. E nisso surgiram traficantes dispostos a vender pequenos pedaços de Marionégano por um preço acessível para todos aqueles que eram milionários. Pizzas caseiras viraram febre, e quem conseguisse o pouquinho que seja dessa “droga”, fazia as melhores festas de toda a vizinhança.

  Carlos era um desses traficantes regionais. Um traficante de bosta, diga-se de passagem, porque usava mais do que vendia, mas era a unica opção das redondezas.

  Quando chegava um ricaço para fazer negócios com Carlos, ele tentava sempre tirar o máximo de dinheiro do coitado.
- Ei Carlos, tem a parada ai?
- Tem sim, quanto você quer?
- 20 mil
- Beleza, espera ai que eu já volto.

- Cara, acabei de ver aqui, só tenho de 30 mil, não quer levar esse não? É do bom, dá pra fazer umas 3 pizzas com isso.
- Putz, pior que só tenho 20 aqui comigo
- Faz o seguinte então, eu não posso vender esse por 20, vou ter prejuízo. Vai lá no banco e saca uns 10 que te dou de graça um potinho de fermento.
- Tá bom então, espera aqui.

  Chegando em casa, com 30 mil a menos na carteira ele abre o pacotinho e vê que não tem nem 10 ali dentro. Ele fora enganado, mas não se importa, porque ele conseguiu o que queria.

  Outra tática do Carlos para ganhar dinheiro é ir no portão da casa de seus clientes oferecendo uma certa quantidade de Marionégano fiado. Ele joga o produto na cara das pessoas, e fala pra pagarem outro dia. Os clientes pensam que é algo bom para eles, não precisam sair de casa, sem risco da polícia pegar eles no flagra. Mas como é fiado, vem muito pouco por muita grana, e se você for um cara sensato com dois neurônios em funcionamento, sabe que nunca se deve ficar devendo para traficantes.

  O mercado negro de Marionégano começou a crescer violentamente nos últimos anos, as pessoas começaram a perceber que isso não fazia mal algum para seus corpos, e mesmo com propagandas na tv dizendo que essa era a porta de entrada para algo mais pesado – como o bolo de fubá – vários protestos para a legalização do Marionégano começaram a se formar nas ruas. Jovens idiotas que poderiam estar protestando a favor do top less livre nas ruas, estavam querendo comprar Marionégano em farmácias ao invés de serem enganados diariamente por traficantes filhos da puta.

  Nunca conseguiram sua tão sonhada legalização, mas pensavam nela a cada pedaço de pizza comida, a cada viajada para um universo desconhecido, a cada vez que Planet Négano tocava nas rádios, a cada cerveja comprada no mercado com o traficante na porta te pedindo uma, a cada intervalo da faculdade…

TRAFICANTE Vai um temperinho aí patrão?

A lenda dos caralhinhos voadores

Postado por Luan Henrique | | Posted On quarta-feira, 16 de janeiro de 2013 at 11:36

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  Desde criança Márcia ouvira de sua mãe sobre os temíveis caralhinhos voadores, seres cruéis que poderiam aterrorizar a sua vida caso a sua virgindade fosse perdida por fantasmas em noite de lua crescente. Márcia nunca imaginou como um fantasma poderia arrancar a sua virgindade, mas logo ela descobriria que era apenas uma questão de deixar entrar. E em certa noite, no auge de seus 38 anos, ela os deixou.

  Logo na manhã seguinte, ao acordar, ela percebeu certa umidade escorrendo por entre suas coxas, mas não deu atenção a isso, poderia ser alguma goteira no teto ou lágrimas guerreiras oriundas da solidão, não importava, já era tarde e ela tinha que terminar seu roteiro para a nova novela das 13h da tv senado - “Corrompendo corações”, um drama histórico e familiar sobre uma prostituta que infectava seus amantes com o recém descoberto vírus da AIDS só de sacanagem – e o episódio da próxima semana seria inesquecível, caso ela conseguisse se lembrar sobre o que era.

  Sentada na frente de seu computador, com o Word e o Twitter abertos ao mesmo tempo, ela esperava ansiosamente a história surgir em sua cabeça e alguém dar RT na frase depressiva e imbecil, que em sua cabeça soava como sarcasmo mas para todos seus seguidores soava apenas como fracasso, quando todas as luzes de sua casa apagaram de uma só vez. Teria sido assustador se não fosse pelo fato de estar de dia, mas ela correu para a janela para verificar a vizinhança.

  Em toda casa que ela olhava as luzes estavam apagadas também, mas novamente, era de dia, então que se foda. Márcia deitou em sua cama, pegou de sua cabeceira o seu novo livro favorito “50 tons de cinza” e começou a ler. Uma história fantástica sobre alguma coisa.

  “Toc, clapft, pumb”, foram os sons que Márcia ouviu em sua parede. Ignorou-os totalmente achando que seu vizinho estava aproveitando a falta de luz para transar com sua nova namorada idosa, mas os sons ficaram mais altos e mais próximos dela.

- Márcia, ohhhhh Márciaaaaa – uma voz aguda seguida de vários ecos, como se tivessem milhares de pessoas chamando o seu nome diretamente da porta do inferno. As vozes logo viraram gritos e engrossaram até que ficassem parecidos com um estádio repleto de Alexandres Frota gritando seu nome.
- Quem é? Quem está me chamando? Retrucou, já assustada e confusa.
- Márcia, viemos te pegar Márcia querida, você pertence a nós agora.

  Tudo ficou escuro, a luz do sol desapareceu de imediato e ela se viu dentro de uma bola imaginária vazia, com pequenas pirocas voadoras aparecendo aos poucos diante de seus olhos que tentavam se acostumar com a escuridão repentina.

- Morra Márcia – A voz do Alexandre Frota
- Não querida, venha para nós – essa segunda voz era mais calma e fina

  E as duas vozes falavam ao mesmo tempo, como se estivessem dentro de sua cabeça. – Por favor, parem – implorou a Márcia. – Parem, eu faço o que vocês quiserem, por favor, me digam o que queres e eu trarei, mas me deixem em paz.

- Queremos que você faça algo para nós Márcia – As duas vozes juntas, falando em uníssono. – Queremos o sangue da primeira menstruação de uma virgem para nos satisfazermos querida. Queremos isso e queremos agora.
- Ok, ok, por favor, eu vou conseguir isso para vocês, por favor. Me dêem algumas horas e trarei o que vocês estão me pedindo.
- Vá Márcia querida, você tem até o meio dia para nos trazer o que desejamos, ou iremos assombrar suas noites nessa casa até o final de sua vida
- Eu estou indo, por favor, estou indo.

  E quando ela estava prestes a sair para a rua em busca de uma jovem, uma outra voz, diferente daquelas outras duas disse, como em um sussurro: “Fala pra ela trazer salgadinhos”

 

  Márcia saiu para a rua desesperada, não sabia o que fazer e nem para onde ir. Ficou horas procurando alguma menina que ainda não tivesse menstruada, mas como já era de se esperar, você não é muito aceita pela sociedade quando pede para a mãe de alguém o sangue vaginal de sua filha. Quando ela se deu conta, já eram 3 horas da tarde e, como nada havia acontecido com ela, foi para casa de seus pais onde ficou pelo resto da vida. Sem ser atormentada. Aparentemente caralhos não possuem dedos, assim, não conseguem abrir portas e ficaram aprisionados dentro da casa. Márcia nunca deu para ninguém, mas até hoje ela tem a mais absoluta certeza de que não é mais virgem…

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Pregadores da inconveniência

Postado por Luan Henrique | | Posted On sábado, 5 de janeiro de 2013 at 13:24

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  Isso aconteceu uma noite dessas no meu trabalho, não tinha movimento algum e eu estava parado, provavelmente pensando em nada específico enquanto uma musiquinha tocava no fundo do meu cérebro, que é o que eu costumo fazer quando estou entediado, apesar da música ser automática, as vezes enche o saco porque é transmitida perfeitamente lá dentro, mas quando eu tento cantar não se parece com nada daquilo.

  Dois crentes de alguma igreja que estavam comprando doces na loja de conveniência acharam conveniente virem pregar algumas palavras sobre Deus pra mim. Não sei se vocês sabem, mas eu odeio essa porra.

- Olá, tudo bem? Meu nome é (descartável) e esse é meu amigo (descartável). Somos da igreja (descartável) e gostaríamos de falar um pouco sobre o nosso Deus para você, você tem algum tempo?
- Não, obrigado, não estou muito interessado
- Mas porque não? O senhor é de alguma outra religião?
- Não, eu não tenho religião alguma.
- Mas você acredita em Deus, certo?
- …
- Isso não está certo, o senhor nos enviou para salvar a sua alma e te trazer felicidade na vida.
- Desculpa cara, mas eu realmente não estou interessado.
- Mas acontece que você PRECISA conhecer Deus, olhe, tem um parágrafo aqui na bíblia que eu gostaria de ler para você…

  Nessa hora eu já fiquei meio irritado, mas não ao ponto de chutar a bunda deles para longe da minha vista, então eu simplesmente disse:

- Olha, o que eu REALMENTE preciso é de uma garrafa de vodka e de uma prostituta, então se você não for conseguir tirar isso de dentro desse livro é melhor nem se dar ao trabalho de abri-lo.
- Nossa, não precisa ser ignorante desse jeito com nós, estamos apenas tentando ajudá-lo.
- Escuta, eu sou frentista, certo? Eu abasteço carros, mas quando as pessoas estão precisando de gasolina elas vêem até aqui para abastecer, eu não vou de casa em casa com um galão em cada mão perguntando “quer gasolina ai meu patrão?”. Isso é o mesmo esquema, se eu precisar de ajuda ou quiser conhecer a sua igreja, eu irei até ela, agora não me venham encher o saco no meu serviço para tentar me convencer de algo que visivelmente eu não quero saber.

  Eles foram embora meio putos comigo, mas o que eu posso fazer? Não tenho nada contra quem acredita, você pode até acreditar que eu sou bonito, por exemplo, o que é uma enorme besteira, apenas não encham a porra do meu saco com suas crenças, pois cada um tem a sua, e eu acredito em duendes.

 

 

 

 

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